Acervo do cartunista Ziraldo
vai ganhar, em Caratinga,
um espaço definitivo,
que será destinado também
ao incentivo à cultura
Desde que foi inaugurado o monumento à criação mais conhecida do cartunista Ziraldo, em 2004, no trevo da BR-116 que dá acesso à cidade, que Caratinga, a 295 quilômetros de Belo Horizonte, orgulha-se de ser chamada de “terra do Menino Maluquinho”. Agora, a novidade é a destinação de um galpão na região da Praça da Estação para implantação da Casa Ziraldo Arte e Cultura, um espaço destinado ao culto à obra do filho ilustre, à guarda do seu acervo e ao estímulo às atividades culturais no município.
“Ter um lugar para guardar a tralha que juntei pela vida afora fica muito simpático”, comemora Ziraldo. Ele garante que já tinha ficado feliz com a inauguração da estátua do Menino Maluquinho, mas avalia que o melhor local para o acervo ficar é na sua cidade natal. E o acervo, segundo ele, é extenso, porque inclui todos seus desenhos originais. “Eu nasci lá, tem que ficar é lá mesmo”, diz.
Ziraldo está especialmente feliz, também, por estar sendo homenageado em vida pelos seus conterrâneos. “Isso tem que acontecer é enquanto a gente está vivo”, afirma. O pai da idéia, presidente da Associação Estação Cultural, o cartunista e produtor cultural Élcio Danilo Russo Amorim, o Edra, revela que nem conseguiu dormir quando o novo prefeito da cidade, João Bosco Passini (PT) convocou uma reunião para comunicar que estava comprando a idéia de implantação da Casa do Ziraldo.
“Tenho essa idéia desde 1994 e há cinco anos transformei num projeto de vida. Quero deixar essa homenagem em vida para o Ziraldo. Quero que a obra dele seja eternizada na terra natal. E quero que sejam laços incisivos entre a cidade e seu filho mais ilustre”, explica Edra. O projeto prevê que a Casa do Ziraldo será também um espaço para todos os artistas da cidade, famosos ou não. Entre os filhos ilustres de Caratinga estão o escritor Ruy Castro, o pintor e escritor Zélio, a jornalista Mirian Leitão e o cantor Agnaldo Timóteo.
Na nova Casa funcionará, entre outras coisas, a Gibiteca Turma do Pererê, para prestigiar as criações de Ziraldo. Lá, o Salão Internacional de Humor de Caratinga, que chega à 10ª edição em setembro de 2009, terá um espaço permanente. Segundo Edra, o Salão, que tem a participação de representantes de 35 países mobiliza a cidade e, com o espaço definitivo, será ainda mais apropriado pela população. O presidente da Estação Cultural já tem em mãos 200 caricaturas de Ziraldo feitas por cartunistas do mundo inteiro.
O objetivo é ter a Casa funcionando em 24 de junho, aniversário da cidade. “É um projeto agregador, de todos que estão dispostos a trabalhar pela cultura”, explica o Secretário Municipal de Cultura, Esportes, Lazer e Juventude, Juarez Gomes de Sá. Ele garante que, em Caratinga, a cultura agora é prioridade. Na seqüência, deverá ser criada uma Lei Municipal de Incentivo à Cultura, um Fundo Municipal de Cultura e um Conselho Municipal de Cultura. “Queremos garantir um endereço para a cultura que já está aí, nas ruas”, afirma o secretário de Cultura.
O próximo passo é viabilizar a implantação da Casa do Ziraldo. E o próprio artista está disposto a participar do esforço. “Espero poder ajudar”, avisa Ziraldo, que mostra entusiasmo: “Vamos fazer coisas para danar”. O cartunista revelou que não queria ver seu acervo encaixotado em depósito de alguma instituição, em vez de ficar exposto, útil à comunidade, como será na Casa em Caratinga. Mas ele quer tudo muito organizado, com profissionais especializados e ambiente climatizado, para garantir a conservação do acervo.
“A cidade sempre me carinhou muito. Eu volto lá sempre, mesmo sem ter parentes. Se quero comer carne de lata, mandam para mim, se quero comer lingüiça, mandam, se quero comer queijo, mandam”, agradece. Ele conta que, quando assumiu a presidência da Fundação Nacional de Artes (Funarte), uma banda de música de Caratinga foi à posse no Rio. “O povo é festeiro, é uma cidade alegre”, atesta.
Em alguns momentos, a relação chegou a ficar tensa. Consta, por exemplo, que houve insatisfação quando, há cerca de oito anos, decidiram trocar o calçamento de pedra por asfalto e Ziraldo se manifestou contra. “Ele tem muito amor pela cidade e, com a prerrogativa de filho mais ilustre, fala o que avalia”, explica Edra. “Ziraldo tem que ser afagado, porque é importante para a cidade. Falta colocar o artista na ordem do dia. A Casa é uma forma de dizer ‘muito obrigado’ aos filhos ilustres, pelo que eles têm feito por Caratinga. O Ziraldo leva o nome da cidade por todo o mundo. Onde ele vai, diz que é daqui”, avalia Juarez Sá.
O secretário diz que os projetos da secretaria de Cultura preveem outras atividades que vão contribuir para divulgar o artista na cidade. Por exemplo, serão realizados cursos de teatro com novos grupos, nos bairros. E eles levarão às escolas uma adaptação de O Menino Maluquinho. No esforço de ajudar na realização do projeto da Casa, Ziraldo anuncia que pretende participar da festa do caratinguense ausente no próximo mês de junho.
“Ter um lugar para guardar a tralha que juntei pela vida afora fica muito simpático”, comemora Ziraldo. Ele garante que já tinha ficado feliz com a inauguração da estátua do Menino Maluquinho, mas avalia que o melhor local para o acervo ficar é na sua cidade natal. E o acervo, segundo ele, é extenso, porque inclui todos seus desenhos originais. “Eu nasci lá, tem que ficar é lá mesmo”, diz.
Ziraldo está especialmente feliz, também, por estar sendo homenageado em vida pelos seus conterrâneos. “Isso tem que acontecer é enquanto a gente está vivo”, afirma. O pai da idéia, presidente da Associação Estação Cultural, o cartunista e produtor cultural Élcio Danilo Russo Amorim, o Edra, revela que nem conseguiu dormir quando o novo prefeito da cidade, João Bosco Passini (PT) convocou uma reunião para comunicar que estava comprando a idéia de implantação da Casa do Ziraldo.
“Tenho essa idéia desde 1994 e há cinco anos transformei num projeto de vida. Quero deixar essa homenagem em vida para o Ziraldo. Quero que a obra dele seja eternizada na terra natal. E quero que sejam laços incisivos entre a cidade e seu filho mais ilustre”, explica Edra. O projeto prevê que a Casa do Ziraldo será também um espaço para todos os artistas da cidade, famosos ou não. Entre os filhos ilustres de Caratinga estão o escritor Ruy Castro, o pintor e escritor Zélio, a jornalista Mirian Leitão e o cantor Agnaldo Timóteo.
Na nova Casa funcionará, entre outras coisas, a Gibiteca Turma do Pererê, para prestigiar as criações de Ziraldo. Lá, o Salão Internacional de Humor de Caratinga, que chega à 10ª edição em setembro de 2009, terá um espaço permanente. Segundo Edra, o Salão, que tem a participação de representantes de 35 países mobiliza a cidade e, com o espaço definitivo, será ainda mais apropriado pela população. O presidente da Estação Cultural já tem em mãos 200 caricaturas de Ziraldo feitas por cartunistas do mundo inteiro.
O objetivo é ter a Casa funcionando em 24 de junho, aniversário da cidade. “É um projeto agregador, de todos que estão dispostos a trabalhar pela cultura”, explica o Secretário Municipal de Cultura, Esportes, Lazer e Juventude, Juarez Gomes de Sá. Ele garante que, em Caratinga, a cultura agora é prioridade. Na seqüência, deverá ser criada uma Lei Municipal de Incentivo à Cultura, um Fundo Municipal de Cultura e um Conselho Municipal de Cultura. “Queremos garantir um endereço para a cultura que já está aí, nas ruas”, afirma o secretário de Cultura.
O próximo passo é viabilizar a implantação da Casa do Ziraldo. E o próprio artista está disposto a participar do esforço. “Espero poder ajudar”, avisa Ziraldo, que mostra entusiasmo: “Vamos fazer coisas para danar”. O cartunista revelou que não queria ver seu acervo encaixotado em depósito de alguma instituição, em vez de ficar exposto, útil à comunidade, como será na Casa em Caratinga. Mas ele quer tudo muito organizado, com profissionais especializados e ambiente climatizado, para garantir a conservação do acervo.
“A cidade sempre me carinhou muito. Eu volto lá sempre, mesmo sem ter parentes. Se quero comer carne de lata, mandam para mim, se quero comer lingüiça, mandam, se quero comer queijo, mandam”, agradece. Ele conta que, quando assumiu a presidência da Fundação Nacional de Artes (Funarte), uma banda de música de Caratinga foi à posse no Rio. “O povo é festeiro, é uma cidade alegre”, atesta.
Em alguns momentos, a relação chegou a ficar tensa. Consta, por exemplo, que houve insatisfação quando, há cerca de oito anos, decidiram trocar o calçamento de pedra por asfalto e Ziraldo se manifestou contra. “Ele tem muito amor pela cidade e, com a prerrogativa de filho mais ilustre, fala o que avalia”, explica Edra. “Ziraldo tem que ser afagado, porque é importante para a cidade. Falta colocar o artista na ordem do dia. A Casa é uma forma de dizer ‘muito obrigado’ aos filhos ilustres, pelo que eles têm feito por Caratinga. O Ziraldo leva o nome da cidade por todo o mundo. Onde ele vai, diz que é daqui”, avalia Juarez Sá.
O secretário diz que os projetos da secretaria de Cultura preveem outras atividades que vão contribuir para divulgar o artista na cidade. Por exemplo, serão realizados cursos de teatro com novos grupos, nos bairros. E eles levarão às escolas uma adaptação de O Menino Maluquinho. No esforço de ajudar na realização do projeto da Casa, Ziraldo anuncia que pretende participar da festa do caratinguense ausente no próximo mês de junho.
(Por Maurício Lara)
Ziraldo Alves Pinto nasceu em Caratinga em 24 de outubro de 1932. Além de pintor, é cartazista, jornalista, teatrólogo, chargista, caricaturista e escritor. Foi o criador da primeira revista em quadrinhos do Brasil feita por um só autor, A Turma do Pererê, que fez história. Criou personagens para adultos, como Jeremias, o Bom, A Supermãe e Mineirinho, o Comequieto. Em 1980 surgiu o livro O Menino Maluquinho, seu maior sucesso, adaptado para teatro, quadrinhos, ópera infantil, videogame, internet e cinema. Ziraldo tem trabalhos traduzidos para diversos idiomas, como inglês, espanhol, alemão, francês e italiano. Fez parte do grupo de fundadores do jornal O Pasquim, um marco na resistência durante a ditadura militar.
O espaço abrigará também a Gibiteca "Turma do Pererê"
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